Uma cobra foi vista circulando na Avenida dos Quartéis, no Bairro Boi Morto, nas proximidades do Campo de Instrução de Santa Maria (CISM), na tarde da última segunda-feira (1º de janeiro). De acordo com Sonia Zanini Cechin, professora da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e especialista em serpentes, a cobra encontrada é peçonhenta e conhecida, popularmente, como cruzeira ou urutu.
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O nome científico desta cobra é bothrops alternatus. O animal faz parte da família viperidae, sendo do grupo das jararacas. A identificação foi feita pelo tipo de desenho do corpo da serpente, pela cabeça, que é triangular, e pelo comportamento de dar o bote.
– No Rio Grande do Sul, temos cerca de 80 espécies de serpentes. Destas, cerca de 13 são peçonhentas, aquelas que podem, em casos mais graves, ocasionar óbito em humanos. A cruzeira está no grupo das jararacas. Temos três espécies de jararaca que ocorrem aqui na Região Central. A cruzeira não é tão comum em Santa Maria. É mais comum a jararaca pintada – explica Sonia.
Veja o vídeo:
Cobra peçonhenta é vista circulando em avenida de Santa Maria
— Diário de Santa Maria (@diariosm) January 2, 2024
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Segundo a professora, estações mais quentes do ano, como primavera e verão, influenciam na maior circulação destas cobras. Isso porque, nestas épocas, os animais costumam se reproduzir e têm o hábito de se alimentar com mais frequência.
Isso acaba facilitando o encontro da população com as serpentes. Por isso, é importante saber o que fazer quando se deparar com um animal desse tipo. Conforme Sonia, o mais importante é não se aproximar ou manusear a cobra. É possível fazer fotos e vídeos, mas sempre com uma distância segura.
Em caso de picada, é preciso ir até um hospital credenciado com soro. Em Santa Maria, os dois locais habilitados são o Hospital Universitário (Husm) e o Complexo Hospitalar Astrogildo de Azevedo.
– Também tem que chamar a Patram (2º Batalhão Ambiental da Brigada Militar), que é o segmento da Brigada que tem expertise para fazer captura e liberar esse animal em um ambiente fora da zona periurbana. Não se deve matar, porque matar animal silvestre é crime. Esses animais têm um papel importante, se alimentam de roedores que transmitem muitas doenças para seres humanos – indica a especialista.